Na interseção entre arquitetura e tecnologia, surge um novo horizonte de possibilidades para o design e construção de edifícios. Os arquitetos estão cada vez mais incorporando soluções tecnológicas inovadoras em seus projetos, impulsionando a criação de estruturas que são mais eficientes, sustentáveis e esteticamente impressionantes.
Neste artigo, exploraremos como a arquitetura e a tecnologia se unem para moldar o futuro da construção, abordando desde o uso de ferramentas de design assistido por computador até a implementação de sistemas de automação predial e energias renováveis.
Sempre que você olha para uma foto das Grandes Pirâmides de Gizé e se pergunta como elas foram construídas, a resposta poderia ser respondida simplesmente dizendo: “com tecnologia”.
Os Arquitetos e os Engenheiros estão na fronteira da inovação tecnológica.
Eles não só precisam aplicar algumas das mais inovadoras e radicais práticas de construção, como muitas vezes precisam inventá-las.
Mas isso não é apenas um assunto de como os edifícios são feitos, é sobre como os edifícios são projetados.
E para isso, eles fazem o uso da tecnologia em maneiras que os faraós egípcios só podiam sonhar (mesmo com a ajuda de antigos extraterrestres…rs).
No mundo de hoje, o advento da realidade virtual, a modelagem de informações de construção (BIM) e a renderização em tempo real (e sabe-se lá o que mais), posicionou os arquitetos para serem mais eficientes, mais inteligentes e o mais importante de tudo: mais persuasivos.
Arquitetura e Tecnologia
Este não é o CAD do seu avô
Se você nasceu em algum lugar nos últimos 50 anos, eu provavelmente não preciso lhe dizer o que é CAD. Mas, caso você não saiba, CAD significa Computer Aided Design.
É a espinha dorsal de todos os arquitetos, engenheiros, construtores e fabricantes usaram desde que Steve Wozniak e Bill Gates deram vida aos computadores pessoais, os famosos PCs.
O doloroso processo de desenho no vegetal a mão foi substituído pelos movimentos do cursor em formato de cruz e impressoras matriciais.
A transição foi algo maluco, mas que marcou o início de uma época de representação de projetos e de construção que catapultou a indústria para o século XXI.
Mas o CAD mudou muito desde os anos 90 (graças a Deus).
No campo da arquitetura, o uso de software de CAD revolucionou a forma como os arquitetos projetam edifícios. Essas ferramentas permitem a criação de desenhos detalhados e precisos, facilitando a visualização e modificação dos projetos. Além disso, o CAD agiliza a comunicação com clientes e outros profissionais envolvidos no processo de construção.
E grande parte dessa mudança tem a ver com a introdução da Building Information Modeling, ou simplesmente BIM.
O BIM permite que arquitetos e designers desenvolvam um edifício com uma precisão surpreendente em três dimensões.
Imagine como os planos foram tradicionalmente desenhados – representações 2D de uma planta baixa tomada a uma altura pré-determinada para mostrar as paredes, janelas, móveis e organização espacial global.
No CAD, seções, elevações e detalhes são desenhados de forma semelhante. Parece ótimo, certo?
Bem, verifica-se que esta é uma maneira incrivelmente ineficiente de montar um conjunto de desenhos, que foi confiada a uma equipe dispendiosa de estagiários, redatores e gerentes de projeto para não apenas desenhar, mas para coordenar e fazer mudanças caso tivesse alguma (e sempre tinha).
Agora a imagem que se tem de uma planta baixa é realmente cortada através de um modelo digital tridimensional que foi construído com as montagens exatas de parede, telhado e chão.
Estas montagens contêm toda a informação vital para a composição física do edifício e mostram-se acima dessa maneira em todos os planos, seções, elevações e detalhamento.
Claro, há uma certa quantidade de ajuste fino a ser considerado, mas a facilidade com que um conjunto de desenho pode ser produzido, entendido e modificado são incríveis.
Considere também a coordenação. Um grande trabalho de design pode ter até 10-15 consultores diferentes trabalhando em um projeto – de engenheiros estruturais, mecânicos e elétricos, para designers de iluminação e arquitetos paisagistas.
É trabalho do arquiteto manter os consultores organizados e informados – algo que o sistema BIM manipula com relativa facilidade.
O engenheiro estrutural irá modelar cada viga, coluna e parede de cisalhamento em todo o edifício para que o engenheiro mecânico saiba onde ele pode e não pode executar sua canalização ou ventilação.
Se há um conflito, este é imediatamente identificado pelo programa e todos eles voltam para o arquiteto com as mãos para cima se perguntando por que eles são profissionais tão ruins.
Na verdade, é melhor esta interação inevitável acontecer no começo do projeto do que com ele já de pé.
Mas há advertências!
O BIM torna as pessoas preguiçosas. Se você for aprender um programa BIM como o Revit pensando que a tecnologia fará todo o trabalho para você, você esta perdido!
O BIM permitirá que você trabalhe mais rápido, mas você deve estar atento para usar esse tempo extra para melhorar os seus projetos.
Se você não está ciente e não esta no controle do que está acontecendo em seu modelo e seus documentos, você está fora do jogo.
O poder da persuasão
Há uma abundância de coisas que é ensinada na faculdade de Arquitetura, mas temos algo totalmente negligenciado nas faculdades: o conhecimento da Arte de vender.
À medida que você se aventura como profissional de Arquitetura, você rapidamente perceberá que suas idéias brilhantes não são tão boas quanto o seu discurso de vendas para as pessoas que decidirão se você será o próximo contratado da empresa ou se executarão o seu projeto.
Se você não puder ser claro e conciso com seus clientes usando suas belas imagens e diagramas, você é tão inútil para eles quanto relógio analógico sem ponteiro.
Um arquiteto deve usar as tecnologias e as técnicas disponíveis para apresentar sua ideia com clareza e força.
Tradicionalmente, este passo foi acompanhado por uma série de imagens de apresentação que dava aos clientes uma ideia vaga do que o produto final seria.
Uma perspectiva da vista da rua aqui, talvez algumas perspectivas na visão de passarinho acolá…
No entanto, novas áreas de tecnologia de visualização foram aparecendo nos escritórios dos mais renomados arquitetos do mundo.
Colocando a Realidade em VR
A realidade virtual vai ser GIGANTE eu digo! Empresas com grande poder econômico e influência como o Facebook e a Valve estão jogando um monte de recursos no que eles acreditam ser o próximo avanço na tecnologia de mídia interativa.
E enquanto não há nada particularmente novo sobre a realidade virtual, o poder de computação e miniaturização tem impulsionado a tecnologia para ser capaz de fornecer aos usuários experiências incrivelmente reais.
Os Arquitetos precisam saber disso
O que poderia ser mais persuasivo do que entregar a um cliente existente ou a um potencial cliente um par de fones de ouvido, um óculos de realidade virtual, e, em seguida, enviá-los para uma viagem digital através dos seus projetos que ainda serão construídos?
Nesse ponto, você não precisa ser um bom vendedor, você só precisa de uma equipe talentosa de artistas de visualização e técnicos para deixar uma sala de reuniões cheia de bocas abertas.
Embora não muitos, alguns estúdios de arquitetura estão implementando esta tecnologia, e os que começarem a implementar terão o status quo para sempre.
Essas novas tecnologias têm uma maneira e um ritmo particular de integração em estúdios que já estão apertados em orçamentos de apresentações e eu não ficaria surpreso se as grandes empresas já não estivessem de olho em profissionais desta área na perspectiva de levar seus clientes através de uma visualização digital adaptada e imersiva de seus projetos.
Mas a realidade virtual não é apenas para os caras usando ternos de R$4.000,00 e relógios da Tag Heuer.
A realidade Virtual tem o potencial de ser usado como uma ferramenta de design interno que fará os arquitetos se tornarem melhores designers.
O processo de design é um ciclo de produção exaustivo, de produção e feedbacks, até que seja cortado por um prazo iminente ou por falta de dinheiro.
Esse loop poderia ser fortificado, dando aos designers acesso a uma turnê virtual do progresso do seu projeto.
Isso lhes daria uma vantagem distinta para transmitir a intenção do projeto conceitual para a equipe implementar os desenhos de construção e administração por exemplo.
Os Arquitetos precisam aprender a gostar de vídeo games
Algum motivo tem para a maioria das pessoas gostar de vídeo game certo?
A renderização em tempo real acaba de começar a aparecer como uma forma viável de exibir conteúdo de projetos e apresentações de visualização.
Em poucas palavras, renderização em tempo real é a técnica de computação mais famosa por desenvolvedores de videogame para transmitir jogabilidade a sua tela em tempo real.
É isso que ensinamos em nosso curso de maquete eletrônica interativa com UNREAL por exemplo, voltado para os Arquitetos.
Então, por que demorou tanto tempo para os arquitetos usar esta ferramenta de design e apresentação?
Bem, todos esses “pixels, frame-rates e anti-aliasings” vem com um custo de desenvolvimento relativamente alto. Sem mencionar o tempo que leva para criar uma experiência de visualização tão interativa.
Mas, se você puder por um segundo imaginar-se dentro de um jogo, ter um controlador em sua mão e mover-se de sala em sala em um projeto de construção em potencial, é um lindo sonho que dá água na boca, certo?
A tecnologia progrediu tanto que este sonho já é realidade.
Se você acha que uma animação pré-renderizada que o transporta para o edifício através de um fone de ouvido de realidade virtual vai convencer seus clientes a contratá-lo, imagine o que aconteceria se você tivesse a capacidade de deixá-los passear por esse espaço em seu próprio ritmo.
Se as empresas começam a lançar recursos de design nesta tecnologia, eles podem esperar para ganhar reputação instantânea e influência entre a multidão que está observando para saber onde investir seu dinheiro em empreendimentos novos e interessantes.
O que vem depois?
Bem, eu realmente não tenho ideia como a arquitetura e tecnologia caminharão juntas daqui pra frente.
Algumas das coisas que eu mencionei aqui ainda estão ganhando tração real no mundo da arquitetura.
Tenho certeza que isso vai acontecer cada vez mais, porque o potencial que estamos vendo atualmente é muito suculento para deixar passar.
Conclusão:
A união entre arquitetura e tecnologia está moldando o futuro da construção de edifícios. Os avanços tecnológicos permitem que os arquitetos criem projetos mais eficientes, sustentáveis e esteticamente impressionantes.
Através do uso de ferramentas de design assistido por computador, modelagem em 3D, simulações ambientais, sistemas de automação predial, materiais inovadores e energias renováveis, os arquitetos estão transformando a maneira como projetamos, construímos e vivemos em espaços arquitetônicos.
O futuro da arquitetura está sendo moldado pela constante evolução da tecnologia, abrindo novas possibilidades para a criação de edifícios que atendam às necessidades da sociedade atual e das gerações futuras.
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